4.10.2006

Brincar de sentir...


22:12 horas... e alguns segundos. Terça-feira insana, vento frio... cheiro estranho. Sala lotada. E continua a aula expositiva sobre o direito das posses, na matéria de Direito Civil III. O professor é gente boa, engraçadão, divertidão e palhação, mas até ele está afim de chegar em casa chegar em casa chutando os cachorros e xingando a sogra.

Eu, no fundão, tentando não dormir. Que tortura esta aula, mas o professor nos ameaçou dizendo que se aula acabar mais cedo, a prova, que será no próximo encontro, terá o mesmo horário de término. Filho da mãe. Putz, ele tem suas prerrogativas para tanto. De um lado meu, um colega de sala falando coisas que dava vontade de sair correndo. Do outro lado, outro colega meu dá um espirro que quase lava completamente o infeliz que estava do seu outro lado. Neste momento o botão da minha calça quase estoura de tanto que ri.

Face a tudo isto, resolvo escrever algo, pois não quero dormir, babar na carteira e acordar com aquela tradicional marca de caneta na testa. Além de tudo, ganho moral com o professor, que está pensando que estou anotando tudo que ele fala.

Como sempre eis a expressão coisas que sinto. Claras para mim, mas nem sempre parecem ser tão diretas, para as pessoas que optam pela sua leitura, já que a linguagem da alma destoa frente a escassa possibilidade da linguagem humana.

Verifiquem! Abraço!

Às vezes a gente brinca que não sente

Faz verdades... Desmonta as mentiras

Fideliza os sonhos... Elabora projetos

.

Se na solidão tudo se passa em cinza

e se no nada a vida passa em branco,

que não se confundam as mágoas com a falta de querer

.

Penso agora. Raciocino entre doutrinas,

leis maiores...

No limiar do imperceptível não há sentidos

.

Ébrios, infelizes e inertes, transpassam-se os valores

e as vergonhas...

medos e rancores...

.

Nas sombras brilha a origem de grandes coisas,

vistas em pequenos momentos, em pequenos dizeres...

em imensuráveis desejos...

.

Se não havia graça, não havia nada, aliás, muito menos o nada

Hoje torna-se impossível suportar o suportável

.

A distância, o tempo, o sem ela, o sem nós... é incontrolável

Mais e mais o vício me condena

Doses escassas não me alimentam,

frente à necessidade que se demonstra

É intenso, é frequente, é impossível ser distinto

É uma dor... É surreal... É confronto de vontades

Batalha entre o querer muito e o querer demais

.

Não entendo. Me apavora...

Mas há paz e aconchego,

pois na confusão eu encontrei meu abrigo,

pondo me a correr no lado certo, em via segura

E na descrença... Na dúvida, elevou-se a razão de um bem maior

Na tradição do conceitos, da moral e dos maus costumes

de uma sociedade insólita,

perco os meus limites e meus pudores,

deslizando a minha alma sobre a sua pele...

Perdendo o rumo, entre os seus contornos.

.

Sua maciez me provoca, derrotando me...

Aliciando-me...

Volto ao passado, à adolescência

Fico sem jeito... Padeço ao amor

Ela faz a minha nova história...

Dá nova ordem ao meu destino

.

Não há barreiras, não há desvios

Só há nos dois em um mundo à parte...

Soberanos.

Duas metades... Duas forças

Um só coração.

.

(Álvaro Angheben)




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